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terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Advogado-geral da União deixa governo Dilma para trabalhar em escritório americano

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Advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, marca saída para o dia 29
POR SIMONE IGLESIAS - O GLOBO
O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, decidiu que deixará o governo no fim deste mês. Ele está no cargo desde a gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e foi mantido quando a presidente Dilma Rousseff se elegeu, em 2010. Adams será contratado por um escritório americano de advocacia para atuar nas áreas de direito trabalhista e societário.
O advogado definiu como data de saída o dia 29 deste mês e está consultando a Comissão de Ética Pública da Presidência da República para saber se é preciso cumprir quarentena para assumir a nova função. Ele já conversou com a presidente sobre a decisão de deixar o governo.
Adams já foi um dos ministros mais próximos de Dilma e chegou a ser cogitado para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) antes de o Congresso aprovar a PEC da Bengala, que ampliou de 70 para 75 anos a idade compulsória de aposentadoria de magistrados. Com a nova regra, Dilma perdeu a possibilidade de indicar, até o fim de seu segundo mandato, cinco ministros.
O advogado-geral da União foi o principal defensor do governo no processo das pedaladas fiscais contra Dilma e a equipe econômica movido pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Ele pretendia deixar o governo no ano passado, mas acabou permanecendo para encerrar a defesa presidencial junto ao TCU. Pesou na sua decisão o desgaste da relação com Dilma. Em agosto do ano passado, um grupo de procuradores gravou um vídeo em um restaurante de Brasília vaiando e pedindo "fora, Adams". O advogado-geral da união não estava presente no bar.
Quando a nomeação de Adams para o STF foi cogitada, no ano passado, o então secretário-executivo da Casa Civil Beto Vasconcelos foi cotado para assumir seu cargo. Vasconcelos já atuou como chefe de gabinete de Dilma e hoje é secretário Nacional de Justiça. No entanto, ainda não há definição sobre o sucessor de Adams na AGU.
A saída de Adams será mais uma baixa para Dilma que começou o ano perdendo o seu braço-direito, o assessor especial Anderson Dorneles, que pediu demissão para voltar a morar em Porto Alegre. Um dos mais antigos auxiliares da presidente, Dorneles, 35 anos, foi exonerado nesta segunda-feira do cargo.
O motivo oficial para a saída foi o de que ele casará em março e gostaria de voltar a morar em Porto Alegre. Ele trabalha com Dilma desde os 13 anos, quando era office-boy na Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul. De Porto Alegre, foi para Brasília, em 2003, auxiliá-la no Ministério de Minas e Energia; na Casa Civil e, depois, na Presidência.
Tratado como um filho por Dilma, é dos poucos do grupo de extrema confiança da presidente. No entanto, a relação entre eles é tratada por pessoas próximas como "desgastante", já que costuma ser o mais próximo para ouvir broncas da presidente.
A vida social agitada do assessor causava preocupação na presidente, segundo relatos. Assessor pessoal, é conhecido como "faz tudo" da presidente: função que vai desde abrir o batom para Dilma se maquiar, acompanhá-la em compras no exterior, atender seu celular e dispensar ou chamar pessoas com quem a presidente não quer ou quer falar.
A exoneração coincide com a revelação feita nos últimos meses de que ele seria sócio do Red Bar Sports, Foods and Drinks, no Beira-Rio, na capital gaúcha. A obra do estádio foi feita pela empreiteira Andrade Gutierrez, investigada pela Operação Lava-Jato por suspeita de corrupção nas obras da Copa do Mundo, entre elas, a reforma do Beira-Rio.

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